sexta-feira, 13 de abril de 2012

Eu, cidade

Eu, cidade

A cidade não dá não
Lá tem muita ostentação
A cidade não dá não
Lá só tem dinheiro quem vende o coração
A cidade não dá não
Lá tem muita televisão
A cidade não dá não
Lá tem muita corrupção
A cidade não dá não
Lá o povo não tem opinião
A cidade não dá não
Lá quem tem muita grana compra o direito da população
A cidade não dá não
Lá querem privilégios, direitos não

A cidade dá sim
Se for boa até pra tupiniquim
A cidade dá sim
Se todo mundo tiver um pouquim
A cidade dá sim
Se o amor por coisas não for maior que o que tenho por mim
A cidade dá sim
Se o amor por outros não for menor que o que tenho por mim
A cidade dá sim
Se o mérito não valer mais que a vida
A cidade dá sim
Pois pelo amor dou a partida
A cidade dá sim
Só não dá pra continuar assim

Apáticos que riam de mim
Sem povo escravo, refém
Ainda viveremos em paz
Amém

Gabriel Guerreiro

domingo, 1 de abril de 2012

E posso dizer... Graças a Deus que não é tarde para que ouças, q o mundo sempre vai ser novidade, a vida é estréia e descoberta pra todos. Se só a morte te é solução eu te chamo atenção para o que o mundo tem de bonito... 
Já notaras a delicadeza do sol tocando com delicadeza as folhas vivas das árvores ao entardecer?

... Faça o favor de ficar... O vento pede e eu te peço... Eu que sou vida também te peço que fique...

Acorda-te antes do sol e eu te mostro o dia, o mundo nascendo nas manhãs infantis...

Nenhuma decepção custa uma vida, porque só o que se é na vida é vivo.

E vale a pena, vale a pena, vale a pena.

Alguém sempre vai precisar de você pra escalar uma montanha

É necessário ouvir, não notas? É necessário ouvir este vento dizendo: “Fica”... É bom jogar-se na água. É bom rir-se. É bom sobreviver...

Se a vida tbm não te faz sentido o vento fará um... siga a estrada que o vento abriu entre as folhas secas...

Alguns homens não prestam, a paciência é só o que se tem, para vencer, ... Portanto coragem!

Por tudo repito, com delicadeza, as coisas podem ser fáceis sim se ouvires o vento dizendo: “fica”.

Amanda Nascimento Guimarães

Sentir...
O que  é ?
Pra que?
Sentir, ebulir-se  de dentro para fora ou penetrar de fora pra dentro?
Tudo ao mesmo tempo?
Sentir, mistura de coisas indizíveis com coisas exprimíveis. Sensações.
Amar, indefinição. E, quando se tenta definir, caímos em diversas conceituações sem nenhum consenso. Mas pra que definir. Isso exige a finalidade das coisas. O amor que tem finalidade não é amor. Entendo o porquê. Nunca conseguiram me explicar o que era o amor. 
Ainda bem...

Na loucura de achar que coisas indefiníveis possuem definição, é angustiar-se.
Agora devaneio em busca de entender o tudo. Tudo, tudo,tudo....
Deve ser uma coisa bem grande, mais onde o tudo cabe?
Ele precisa deixar algum espaço para que o nada se estabeleça também.
Dialética dos seres, de ser... Algo assim.  Onde está o vazio. Dentro do meu peito?

Angustiar-se faz parte desse meu momento.
Estou tomando a direção que me propusera.
Há tempos andava atrás dessa procura
Há tempos queria saber qual era o caminho que minhas possibilidades me permitia andar... Vejo uma ponte.
Dessa vez atravessá-la-ei.


Henrique Miranda Cazumbá.



terça-feira, 27 de março de 2012

A hora da mudança é agora

Democracia direta
Votar em ideia, essa é minha meta
Onde gente simples não precisa ficar quieta
O sistema econômico ruirá
A mascara dos políticos se desfará

Sem democracia representativa
Tá bom, já deu essa tentativa
Não aceito mais ser feito de idiota
Votando nulo por não acreditar
Um terráqueo patriota
Sem coragem de respirar o próprio ar

Partidos políticos são desnecessários
Que essas políticas enrustidas voltem pros armários
O poder econômico não vai me guiar
Mercado de trabalho não vai me patrocinar

Se precisar moro na rua
Como irmãos escancaremos a verdade nua e crua
A verdade é que riqueza faz pobreza
Lucro gera prejuízo com certeza

Não sejamos subalternos
Desses donos de vale-ternos
Empresários não vão ter escolha
Sem políticos na encolha
Não vão ter empregado pra explorar
Não preciso de ladrão constitucional pra migalhas ganhar
Não preciso de multinacional pra me depenar

Só te governam se aceitar ser governado
Só de pensar nisso já me sinto irado
Nunca disso fui informado
Mas se não ser empregado
Já sou logo crucificado
Sendo livre, de vagabundo sempre taxado

É verdade, ainda estou em processo
Mas ando em direção do progresso
Menos material e mais espiritual
Sair dessa monotonia habitual

É claro que sente um vazio lá dentro
Vive para ser subalterno, no seu coração só sente vento
Acha elegante buscar ser da elite
Le livro pra saber como desaparecer com celulite

Eduardo Marinho já me alertou
Por uma vida simples, nessa busca vou
Vejo privilégio comendo direito básico
Concretizando teoria de economista clássico

Já chega, minha militância escolhi
Achei algo que vale a pena discutir
Democracia direta pros nossos olhos abrir
O poder que nossa vontade tem de sacudir

Quando pudermos escolher nossa vontade
O poder econômico vai ruir por igualdade
Sem ostentação
Sem ambição
Por conscientização
Se eu tenho fé
Já tenho minha missão

Gabriel Guerreiro

...

Da mais alta janela da minha casa
Com um lenço branco digo adeus
Aos meus versos que partem para a Humanidade.


E não estou alegre nem triste.
Esse é o destino dos versos.
Escrevi-os e devo mostrá-los a todos
Porque não posso fazer o contrário
Como a flor não pode esconder a cor,
Nem o rio esconder que corre,
Nem a árvore esconder que dá fruto.


Ei-los que vão já longe como que na diligência
E eu sem querer sinto pena
Como uma dor no corpo.


Quem sabe quem os terá?
Quem sabe a que mãos irão?


Flor, colheu-me o meu destino para os olhos.
Árvore, arrancaram-me os frutos para as bocas.
Rio, o destino da minha água era não ficar em mim.
Submeto-me e sinto-me quase alegre,
Quase alegre como quem se cansa de estar triste.


Ide, ide de mim!
Passa a árvore e fica dispersa pela Natureza.
Murcha a flor e o seu pó dura sempre.
Corre o rio e entra no mar e a sua água é sempre a que foi sua.


Passo e fico, como o Universo.

Alberto Caeiro(Fernando Pessoa) de "O guardador de rebanhos".

segunda-feira, 26 de março de 2012

Mergulho

Eu mergulhei num lago azul de águas cristalinas 
Meu mergulho foi tão profundo que eu sinto que não tem mais volta... 
Mergulhei num lago de verdades, das minhas verdades... 
Mergulhei num lago tão límpido que hoje enfrento minha sombra e minha luz! 
Não é fácil assumir quem você é... Esse processo de auto aceitação é doloroso e por vezes sangra. 
Mas pela primeira vez estou me permitindo ser feliz! 
Sinto-me como um pássaro que por toda a vida ficou preso em uma gaiola, mas que agora abriu a porta e fugiu... 
Fui viver a minha liberdade e não volto mais! 
Comprei um passaporte para a felicidade sem passagem de volta... 
Continuo mergulhando no lago azul de águas cristalinas, mas agora mais serena, tranquila... sinto-me mais forte e feliz! 
O que virá amanhã eu não sei... 
Mas hoje vou continuar mergulhando e vibrando a liberdade que existe em mim. 



 Débora Hermann

terça-feira, 20 de março de 2012

Nas férias passadas fui a Caraguatatuba, onde minha tia Solange mora. Estava também começando a ficar com a Débora, sentindo aquela necessidade de estar perto; ainda mais aguçada por ser bem no comecinho da paixão (que depois se mostrou um intenso amor e coexistem).
Comecei a reparar na natureza que me rodeava; vi que as árvores se mexiam, que os sapos estavam coaxando, os grilos estrilavam, a chuva fazia barulho e dava aquele cheiro característico, o ar quente... Me senti inspirado e saiu essa poesia. Espero que gostem! :)

Depois que aprendi a amar
Entendi a beleza da dança das árvores...
Entendi a beleza da orquestra de sapos e grilos, de uma noite chuvosa e quente
Entendi a beleza de Deus; pois se Deus é Amor, sou preenchido por ele
Entendi a beleza da Vida, o sentido de sincronicidade
Entendi a beleza da Paz, e me declaro à ela como súdito
Entendi a beleza do bater de asas do beija-flor, simbolizando o infinito
Entendi a beleza do bater do coração, simbolizando o que sinto
Entendi que mesmo que domine todas as ciências, artes, religiões e paganismos
Nada seria; amar que aprendi depois....

Abração,
Gabriel Guerreiro